terça-feira, 9 de setembro de 2008

Clarice Mancuso: a arquiteta que veio dos pampas

Criatividade e pesquisa são as fórmulas de sucesso da arquiteta gaúcha

Vocação é algo que se descobre logo cedo. Com a arquiteta, designer e escritora Clarice Mancuso não foi diferente. Aos 11 anos de idade, enquanto suas amigas divertiam-se brincando com bonecas, a gauchinha já desenhava plantas e modificava a disposição dos móveis em casa.

O tempo passou, e o que era dom virou profissão. Em 1974, ano em que ingressa na Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o interesse pela Arquitetura leva Clarice a buscar complementos à sua formação em um curso técnico.

Pouco tempo depois, Clarice é convidada a dar aulas. Ao longo de 5 anos, tempo que leva para concluir o curso superior de Arquitetura, suas aulas de técnicas de decoração de interiores lotam as salas do curso técnico. Muitos dos alunos são seus colegas de turma na faculdade.

Em 1979, a inquietação leva Clarice novamente às salas de aula. 3 anos depois, em 1982, conclui o curso de especialização em Preservação do Patrimônio Histórico e Cultural da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP.

Ainda em São Paulo, durante alguns anos, dá aulas na Escola Pan Americana de Arte.

A saudade de casa leva a arquiteta a reencontrar suas raízes. De volta a Porto Alegre, abre, em 1985, a Clarice Arquitetura e Interiores.

A criatividade da arquiteta gaúcha rapidamente é reconhecida. Clarice Mancuso é convidada a participar de inúmeros eventos relacionados ao Design e Arquitetura de Interiores. O número de solicitações ao seu escritório para realizar projetos para lojas, empresas e residências aumenta a cada dia.

Eleita presidente da Associação de Arquitetos de Interiores do Rio Grande do Sul, Clarice passa também a colaborar com a revista Viver Bem RS.

A revista estoura logo na primeira edição, mas o que poderia ser mais um sucesso na carreira da arquiteta se transforma em decepção.

-Acho que o comportamento dos editores não foi dos mais éticos, ela diz, resumindo seu descontentamento.

A experiência amarga é o combustível que Clarice usa para realizar um projeto antigo e recorrentemente solicitado ao longo dos anos em que ministra cursos e palestras: escrever um livro sobre Arquitetura.

Hoje, 3 edições esgotadas depois, 'Arquitetura de Interiores e Decoração, a Arte de Viver Bem', mais do que uma coletânea de artigos ou um guia didático, é uma obra de caráter ímpar, que tem se revelado capaz de sobreviver a tendências e modismos.

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